domingo, 21 de fevereiro de 2010

BTT 21/02/2010

Domingo memorável…

Existem experiências na vida, que de alguma forma, podemos tirar lições e conclusões com elas. Isto foi o que o nosso grupo aprendeu com mais um domingo de BTT.

Como norma, todos os domingos de manhã os BTTFalcões partem para mais uma aventura de btt pelos nossos montes e aldeias. O tempo apesar de ameaçar chuva esteve a nosso favor. O compincha Berto desta vez esteve ausente, mas por outro lado contámos com um novo elemento que se juntou ao grupo, o Marco. Às 9:00 saímos da casa do Ricardo em direcção ao nosso percurso. Após alguns metros percorridos em asfalto, entrámos numa pequena zona florestal, ainda em lousado, e um pouco a descer. Os 4 elementos ainda fresquinhos e prontos para os quarenta e tal quilómetros que prometiam, acabaram tão rápido como começaram… O inevitável aconteceu, após à saída desta zona florestal, entramos num descampado de terrenos agrícolas onde atravessava o rio pelhe. Ao nos aproximarmos do dito rio, havia uma ponte constituída por três lajes em pedra de granito com uns 2 metros de largura e sem guardas. O Ricardo vinha em primeiro no grupo e atravessou sozinho, prosseguindo os restantes. O segundo fui eu, Dani, atravessei a ponte com o cuidado que merece, mas não sei como, num pequeno desequilibro ao meio da travessia, o pneu dianteiro enfia-se na junta entre as pedras da ponte, bloqueando o andamento. Rapidamente e já à beira da ponte, coloco o pé no chão, mas mal o coloco escorreguei e em todos as possíveis tentativas de me equilibrar, só me vi a dirigir em direcção ao rio, não parando mais, até que mergulho totalmente na sua turbulência. Como estávamos em época de chuva, o rio estava atestado, de forma que o nível da água atingia a face inferior da ponte. Dentro de água a minha primeira reacção foi a de estender com toda a rapidez um dos braços de forma a me agarrar na lateral da ponte, enquanto o resto do corpo era puxado pela forte corrente para debaixo da mesma, e é claro que esse era o meu último desejo… Os meus colegas prontamente socorreram-me, puxando-me para fora da água. No entanto, enquanto era puxado para fora de água, reparei que a jusante da ponte a bicicleta também tinha caído ao rio e levada pela forte corrente. O Ricardo ao ver que me encontrava bem, correu atrás da bicicleta de forma a recuperá-la. Logo de seguida, e já fora de água, segui-o também na esperança de a recuperar. O Bruno não se tinha apercebido o porquê de eu e o Ricardo estarmos a correr, interrogando-se ele, “onde é que vocês vão???”, “a bicicleta também caiu pá” respondíamos nós… Foram apenas umas três a quatro vezes que vimos a bicicleta vir à superfície até que desapareceu por completo no fundo do rio. Estivemos desde às 9:30 até às 11:30 palmilhando o rio, para frente e para trás, desde a última vez que a vimos… fomos até um moinho onde havia uma grande represa, onde supostamente, se a bicicleta lá chegasse, não passava mais dali. Estamos a falar de uma extensão de um quilómetro de rio, mas mais ou menos a meio desta extensão havia uma barreira natural de entulho onde nós sempre desconfiávamos que ela poderia estar bloqueada no fundo. Mas como a corrente era muito forte, as tentativas de recuperá-la eram em vão. Enfim, as nossas buscas ficaram por ali... Só nos restava regressar à tarde ou outro dia, porque naquele momento, nada mais podíamos fazer. Combinei com o Ricardo e marcámos da parte de tarde continuarmos com as nossas buscas. Às 15:30 lá estávamos nós uma vez mais, eu levei um varão de aço em forma de gancho amarrado numa corda e o ricardo com uma vara com uns 5 metros, com um pinheiro fixo na ponta com ramos a fazer também de ganchos. Já no rio começámos a partir do moinho, a ver se a bicicleta tinha descido e ficado presa ali na represa, mas nada encontrámos, apesar de o rio já estar bem mais calmo e o nível estar uns 40cm abaixo em relação à manhã. Subimos o rio palmilhando o que podíamos até chegarmos à dita barreira de entulho onde desconfiávamos que ela poderia aí estar. O Ricardo com a vara e com a engenhoca na ponta começou a sondar o fundo até que viu algo preto parecido com um tronco a vir a superfície e tornou a afundar… logo ele disse-me que havia algo ali. Ao ser mexido, o dito tronco deslocou-se uns dois metros para a frente. Tornamos a tentar apanhar o que suspeitávamos, e a grande surpresa, pra mim e para ele, é que em vez de um tronco era a roda da bicicleta que veio à tona do rio! Após algumas tentativas com o gancho, conseguimos pesca-la pelo espigão e puxamo-la para fora… a alegria era tanta e demos um grande suspiro pelo susto e pela experiência que passámos. A bicicleta não tinha sofrido nenhum dano, apenas algumas arranhadelas, mas claro terá que ser toda desmontada, fazer uma revisão geral e lubrificar tudo. Houve momentos para fotografias, para ficar registada a aventura que ali passámos. A lição foi boa, nunca atravessar um rio em que ameace perigo. Os BTTFalcões aprenderam e aqui ficou o nosso testemunho de um acidente, que no fim acabou bem…

Até breve, e claro… cuidado nas aventuras e nunca vás sozinho! Um amigo ao lado é o melhor socorro…

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns, grande lição. Obrigado por partilharem com toda a comunidade...

http://jorge-kezia.blogspot.com/